Maracanã, o que podemos esperar no futuro? - Maracanã Na Net
www.maracanananet.com

quinta-feira, janeiro 16, 2020

Maracanã, o que podemos esperar no futuro?






Por Ícaro Gomes


São muitos pré-candidatos ao governo municipal de Maracanã, todavia, não há projetos divulgados para o futuro da cidade e das vilas.
O que se discute até o momento é quem vai empregar quem. Mas como? Agora haverá os concursados e as nomeações livres serão menores e mais restritas aos cargos comissionados.

Bem, talvez Maracanã seja na região uma das cidades mais cobiçadas e com maior número de pré-candidatos, com a curiosidade de que, até o momento, dificilmente haverá um nome feminino na disputa que se avizinha, mesmo o município sendo administrado atualmente por uma mulher.

Há motivos para tanta cobiça? Maracanã tem quase 30 mil habitantes, o que o faz um município com boas transferências federais, estando no patamar de 1.6 no Fundo de Participação dos Municípios, o que ultrapassa a casa do milhão mensalmente; por ser um município com Educação municipalizada os recursos oriundos do Fundeb são dos maiores da região do salgado, ultrapassando os seus vizinhos como Salinópolis e Marapanim. A área de Saúde também é gestão plena, com garantia de melhores recursos. Por outro ângulo, trata-se de um município de mais fácil cuidado e zelo, pois a limpeza pública e coleta de lixo restringe-se - até hoje - à área urbana; não há asfalto em nenhuma vila ou distrito, restando-lhe os cuidados de conservação de asfalto apenas nos poucos quilômetros implantados na cidade; há poucas praças e áreas livres urbanizadas e quase nenhuma no interior. A maior despesa de custeio ainda é a distribuição de água, que a Prefeitura Municipal insiste em manter, fingindo que entrega água e o consumidor finge que paga. Ao final, a água é de má qualidade sem uma colher de cloro e lançada na rede a partir de poços freáticos de pequenas profundidades e com sérias contaminações e apenas um poço profundo em frente à antiga delegacia.

Mas, quais são as demandas mais urgentes e que não vemos qualquer projeto formulado para enfrentá-las? - O primeiro é a Saúde que passa pela água que como direito básico do cidadão precisa ser resolvido na cidade, na ilha de Algodoal-Maindeua e nas vilas Polos com sistemas grandes e efetivos e procurar soluções para os microssistemas instalados nas vilas e que podem ser geridos pela própria comunidade. Quando adentramos na questão do atendimento pleno na Saúde a situação é ainda mais agravada com a falta de estrutura do prédio do Hospital Municipal com poucos leitos e a grande carência de médicos, medicamentos e insumos; também não há equipamentos para exames com imagens e o laboratório municipal pouco atende. Na Educação, precisa-se estabelecer um programa de merenda escolar sério com quantidade e qualidade, sem contar, que há necessidade de traçar um planejamento de curto e longo prazos para revitalização permanente das escolas municipais e melhorar o programa de capacitação de professores. Mas, saindo pela tangente das críticas áreas de  Saúde e Educação, outros problemas mais graves abrangem as áreas de Agricultura, Pesca, Extrativismo, Sustentabilidade e Turismo, que são os eixos capazes de servir como a redenção da economia municipal e que não recebem investimento há muito tempo. Com praias maravilhosas, não há uma política pública definida para as estratégicas áreas e o povo sofre com a falta de geração de renda, emprego e capacitação de mão de obra, problemas que a vizinha cidade de  Salinas resolveu parcialmente a partir do turismo - alavanca da construção civil e dos serviços - responsável hoje por absolver grande parte de sua mão de obra e com a instalação de cursos universitários e escolas de cursos livres e profissionalizantes. Em Maracanã, a única saída para os jovens tem sido as portas do aeroporto e da rodoviária com passagens somente de ida para Santa Catarina no sul do pais, deixando pra trás as suas raízes, a família, os amigos e levando na mala sonhos e resignação.

O que fazer com a orla que desaba a cada dia do inverno? O que fazer com a ocupação irregular da orla, inclusive, com bares que estão se proliferando? O que fazer com a vila da Penha, Mota, 4 Bocas, 40 do Mocooca, São Benedito KM 19, Martins Pinheiro, Algodoal, São Roberto, Boa Esperança, Santa Maria KM 26, consideradas polos, mas que não têm sequer um metro de asfalto, nem coleta de lixo, iluminação pública, saúde adequada, entre tantas outras agruras? O que fazer com Algodoal com taxa ou sem taxa que é conhecida internacionalmente e sofre sem água, sem planejamento turístico, sem plano de ocupação do solo? O que fazer com o abastecimento de água? Como desenvolver o extrativismo agregando-o a sustentabilidade? Como gerar emprego, renda e fincar os esteios de faculdades públicas capazes de oferecer cursos fora do eixo pedagogia?

São perguntas que precisam ser respondidas pelos pré-candidatos. Até hoje, ao fechar "essa escrita" ninguém lançou uma linha sobre política pública, o que vemos muito são grandes linhas e fotos sobre politicagem explicita e pública.

Na próxima visita de um pré-candidato, que tal fazer uma perguntinha assim?


* O autor é o Blogueiro titular, Pedagogo, Consultor em Educação, Ativista político e social, ex-secretário de Educação e Finanças de Maracanã, Ex-secretário de Gabinete, Administração e Finanças de Salinópolis e ex-secretário de Administração de Santa Luzia do Pará
   

Nenhum comentário:

Post Bottom Ad

Responsive Ads Here